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Lola Aronovich

Para o bem de todos, continue a escrever Lola

Por: Carlos Vinícius

Dolores Aronovich Aguero, mais conhecida como Lola Aronovich, é natural da Argentina, tem 50 anos e reside em Fortaleza (CE), com o marido Sílvio Cunha Pereira Aronovich. A pesquisadora em língua inglesa vê no seu blog uma forma de compartilhar os seus conhecimentos em cinema com o público em geral, não só da academia. Porém, o fato de ser mulher acabou por incomodar alguns grupos  os quais ela chama de mascus.

 

A professora do curso de Letras Inglês da Universidade Federal do Ceará (UFC) tornou-se com o seu blog “Escreva Lola Escreva” uma referência  quando o assunto é denúncia de misoginia na internet. A sua página, na qual posta sobre diversos assuntos, foi bombardeada por uma onda de ataques discriminatórios. As injúrias ameaçaram também a integridade dos alunos da instituição na qual leciona, com um ataque à bomba; caso a docente não fosse exonerada.

 

 

O grupo persegue a professora universitária desde a sua estreia na internet com o blog em 2008. Tamanho incômodo levou-a a se privar dos demais meios de comunicação temendo a sua integridade física. Hoje, Lola se comunica apenas por e-mail e mantém uma conta no Twitter além do blog.

 

Assim define o feminismo o dicionário Aurélio da língua portuguesa, não diferente da professora Lola. Sem tomar partido político, o seu partido é “a mulher” e a ocupação delas nos espaços historicamente negados.

 

A acadêmica tem como arma a comunicação para atingir aquelas mulheres além dos muros da universidade. Os espaços de livres debates nos quais têm oportunidade de falar sobre sua trajetória são bem aceitos por ela, como mesas, palestras, entrevistas, gravações. Sempre disposta.  

 

O “caso Lola” ganhou visibilidade, desde aparições em veículos de comunicação até a sensibilização por parte da também professora universitária e deputada federal Luizianne Lins. Em abril de 2018 foi sancionada a lei 13.642/2018, a lei Lola, de autoria da parlamentar.

 

Sancionada pelo presidente Michel Temer, a lei inclui no rol de crimes investigados pela Polícia Federal a misoginia e o ódio contra as mulheres na internet.

 

A Operação Bravata foi deflagrada pela Polícia Federal no dia 10 de maio de 2018 na qual uma mobilização de pelo menos 60 policiais cumpriram mandados de prisão contra agentes criminosos na internet. A ação se estendeu em Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Santa Maria e Vila Velha. Dentre as acusações estão: associação criminosa, ameaça, racismo, incitação ao crime, e evidência de terrorismo.

 

“É uma sensação de alívio indescritível! Eu não havia perdido a esperança totalmente. Mas é que foram cinco anos de total impunidade! E cinco anos de ataques sem parar é muita, muita coisa!”, assim escreveu Lola Aronovich em seu blog ao saber do ocorrido com aqueles que muito tiraram seu sossego.

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