(Re)existir
Por: Carlos Vinícius
Caio Bernardo, estudante de psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), é um dos muitos que consomem o mainstream musical de drags queens.
Ao assistir o clipe musical “Joga a Bunda” da artista drag Aretuza Lovi ft. Pabllo Vittar & Gloria Groove em 23 de janeiro de 2018. Ele, assim como muitos, opinou como fã sobre a produção. Ao que parecia um apoio às cantoras que há muito acompanha, acabou sendo também levado pelo efeito discriminatório.
Comentários como: “Ah, homem tem de se vestir como homem”, “Deus criou o homem como homem” e “Isso não é coisa de homem” foram alguns lidos pelo estudante. Incomodado, ele procurou rebater esses comentários. Porém, esses internautas fizeram, além da homofobia e discurso de ódio, comentário racistas contra o estudante.
O ambiente virtual permite a interatividade com inúmeras pessoas sem sair de casa. Basta um computador conectado à rede e pronto! É possível opinar sobre diversos assuntos, compartilhar e produzir conteúdo, divulgar e dar voz àqueles até então silenciados pela geografia.
Minorias usam o ambiente para a promoção de ações por muito tempo negadas ou censuradas. A música, a exemplo disso, conta com expressividade de muitos artistas ditos “queer”, como Pabllo Vittar, Glória Groove, Mc Linn da Quebrada, Liniker dentre outras.
O acesso massivo de diferentes pessoas à “grande rede” acaba por, além da diversidade consequente, trazer diferentes posicionamentos. Opiniões essas muitas vezes vestidas de discursos de ódio ou de censura para com arte de artistas “não tradicionais”, seja na voz ou na performance.